Dra. Adriana Guimarães
O oftalmologista tem o papel na prevenção de doenças e promoção da saúde como um todo, pois muitas vezes um sintoma ou sinal ocular tem como origem uma condição sistêmica, que pode ser de causas diversas, e a avaliação individualizada feita pelo oftalmologista é fundamental para que a causa seja identificada na sua raiz e assim otimizado o tratamento.
A miopia é a dificuldade visual para longe e é decorrente de um alongamento no eixo ântero-posterior do olho que faz com que os raios luminosos formem a imagem num foco na frente da retina. Na miopia elevada, acima de 6 a 8 dioptrias, esse alongamento de todo o segmento posterior pode causar lesões retinianas. A identificação do grau de miopia e a correção com lentes de óculos ou lentes de contato ajusta esse foco da imagem para a retina dando nitidez. Na hipermetropia a dificuldade na visão de perto ocorre porque a imagem se forma atrás da retina pois o olho tem um tamanho inferior ao normal. O esforço visual para focalizar a imagem na hipermetropia, pode levar a dores de cabeça, ardência e lacrimejamento nos olhos com oscilações da visão principalmente para perto, mas com a progressão do grau começa a ocorrer dificuldade também para longe. O astigmatismo é uma diferença de curvatura do olho resultando em uma imagem distorcida na retina, tanto na visão de longe quanto na de perto. O astigmatismo pode estar associado a miopia ou a hipermetropia. A presbiopia ou vista cansada é a perda da capacidade de acomodação, ou seja, a capacidade de focalizar, na retina, os objetos posicionados em diferentes distâncias. Esse ajuste de foco para perto é realizado pelo cristalino e musculatura ciliar para manter a nitidez na visão de perto. A partir de 40 anos, decorrente do envelhecimento do olho, esse complexo sistema começa a perder essa capacidade que precisa ser substituída pelo óculos de grau ou lentes de contato.
Muitas doenças sistêmicas podem acometer os olhos e muitas delas são diagnosticadas no exame oftalmológico pois apresentam como primeiro sintoma ou sinal uma alteração ocular. Entre essas doenças temos o Diabetes Mellitus que pode acometer os olhos de diversas formas e até levar a cegueira no estágio final da retinopatia diabética. A HAS também provoca alterações na retina. Outras doenças sistêmicas que provocam alterações oculares são: esclerose múltipla, artrite reumatóide, Lúpus eritematoso sistêmico, anemia falciforme, sífilis, tuberculose, miastenia gravis, hipertireoidismo. Os médicos especialistas em outras áreas, que tratam doenças que podem afetar os olhos, devem encaminhar seus pacientes para avaliação oftalmológica periódica.
Por
Dra. Adriana Guimarães
Oftalmologista
Médica oftalmologista, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, com pós graduação e mestrado em oftalmologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.