Ômega 3 e a saúde ocular

Ômega 3 e a saúde ocular

O ômega-3 é um dos suplementos mais estudados pela ciência com benefícios evidentes já demonstrados no tratamento do olho seco, com melhora da inflamação da superfície ocular, atuando também de forma benéfica na cardiologia e neurologia associados a sua atividade anti-inflamatória e neuroprotetora. Seu consumo auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos desde que associados a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. O ômega 3 e o ômega 6 são ácidos graxos essenciais utilizados em vários processos metabólicos no organismo e como não é produzido pelo corpo humano, deve ser adquirido através da alimentação ou suplementação. O ômega 6 tem predominantemente atividade inflamatória e o ômega 3 anti-inflamatória, e precisam estar em equilíbrio atuando conjuntamente para manter a normalidade das funções metabólicas no corpo humano.

Com a revolução industrial houve um aumento do consumo de alimentos industrializados, que são ricos em ômega 6, desequilibrando esse sistema e favorecendo o aparecimento da síndrome metabólica, que é predominantemente uma doença inflamatória e pode se expressar como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas, câncer e degeneração macular relacionada à idade. Os ômegas 6 e 3 têm efeitos antagônicos mas que se complementam e o equilíbrio entre os 2 resulta em homeostase, ou seja, saúde. A proporção ideal entre ômega 6 e 3 é de 6 de ômega 6 para 1 de ômega 3, mas numa alimentação baseada em produtos industrializados essa proporção pode chegar a 15, ou até 50 de ômega 6 para 1 de ômega 3, induzindo a um processo inflamatório no organismo e consequentemente ao desenvolvimento de doenças crônicas.

São fontes de ômega-3 o salmão, o atum, a truta, a sardinha, a anchova, arenque e a cavala. As propriedades do salmão selvagem, pescado de maneira natural, são diferentes do salmão cultivado em cativeiro. O salmão selvagem é natural das costas do Atlântico Norte e Pacífico, se alimenta de algas e plâncton que são a fonte original do ômega 3, sendo esse tipo de salmão rico em ômega 3. O salmão de cativeiro é alimentado com ração com pouco valor nutritivo para formar ômega 3 sendo que esse tipo de salmão apresenta 90% menos de concentração desse ácido graxo.
As fontes vegetarianas são o óleo de semente de linho, óleo de canola, óleo de cânhamo, nozes e as folhas verdes.

A alimentação não oferece as quantidades diárias necessárias sendo indicada a suplementação do ômega 3. O ômega 3 é formado por 3 ácidos graxos: o EPA (eicosapentaenoico), o DHA (docosahexaenoico) e ALA (alfa-linolênico). Esses ácidos graxos são fontes primárias de energia para as células, servindo como seus componentes estruturais. O EPA e o DHA são as substâncias que exercem as funções mais específicas do ômega 3, sendo que o EPA tem atividade anti-inflamatória e o DHA atividade neuroprotetora.
De maneira geral, a dose diária recomendada é de 1000 mg de ômega 3, duas vezes ao dia, sendo 720 mg de EPA e 480mg de DHA, junto com as principais refeições, e de preferência associado a antioxidante como a vit. E para evitar a oxidação.

A suplementação deve ser orientada por um médico pois existem contraindicações sistêmicas em alguns casos. Uma suplementação segura com marcas de boa procedência e livre de poluentes químicos é o ideal pois fontes não confiáveis de ômega 3 podem conter aditivos ou ingredientes tóxicos como mercúrio.

Por

Dra. Adriana Guimarães

Oftalmologista


Médica oftalmologista, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, com pós graduação e mestrado em oftalmologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.