Dra. Adriana Guimarães
O oftalmologista especializado em Visão Subnormal atua no processo de reabilitação visual do paciente portador de baixa visão identificando a causa, avaliando a função visual e as necessidades visuais. O exame de refração no portador de baixa visão é importante para identificar erros de refração não corrigidos como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Os testes com auxílios ópticos como lupas, telescópios e lentes filtrantes, são realizados de acordo com a necessidade individual do paciente, assim como a utilização de auxílios não ópticos, eletrônicos e os recursos de informática.
A correção de uma ametropia no portador de visão subnormal, mesmo quando o grau não é muito elevado, e a adaptação de um auxílio óptico, pode melhorar a qualidade e a função visual como um todo, e associado ao uso de auxílios não ópticos, auxílios eletrônicos e de informática, promovem a autonomia, independência, inclusão social e consequentemente melhoram a qualidade de vida facilitando a execução de tarefas do cotidiano, do trabalho e da escola.
Os aplicativos de smartphones e tablets apresentam-se como novas possibilidades de tecnologia assistiva com potencial de solucionar as dificuldades enfrentadas por pessoas com baixa visão facilitando a autonomia, a independência, a qualidade de vida e a inclusão social.
A estimativa global sobre deficiência visual feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), baseada no relatório mundial sobre visão de outubro de 2019, estima que 2,2 bilhões de pessoas têm uma deficiência visual ou cegueira, das quais pelo menos 1 bilhão delas tem uma deficiência visual que poderia ter sido evitada ou que ainda não foi tratada, como miopia, hipermotropia, glaucoma e catarata. O relatório constatou que o envelhecimento da população, a mudança de estilo de vida e o acesso limitado à assistência oftalmológica, principalmente em países de baixa e média renda, estão entre os principais fatores do crescente número de pessoas que vivem com deficiência visual. A prestação de serviços eficazes e acessíveis de saúde ocular é a chave para controlar a deficiência visual e a cegueira.
As cegueira tem relação direta com a condição sócio-econômica e a faixa etária sendo que as causas variam também de acordo com esses fatores.
Estima-se que 90% dos casos de deficiência visual estejam nos países pobres ou em desenvolvimento e a maior parte poderia ser evitada por prevenção ou tratamentos existentes. As principais causas de deficiência visual são: erros de refração não corrigidos, catarata e degeneração macular relacionada a idade. As principais causas de cegueira são: catarata, erros refrativos não corrigidos e glaucoma. Entre as causas evitáveis e presentes nesses países mais pobres, temos a catarata e os erros de refração não corrigidos, que mostram a necessidade de políticas públicas eficientes na prevenção da cegueira.
Com o envelhecimento da população mundial, o número de portadores de baixa visão tende a aumentar sendo a degeneração macular relacionada à idade, o glaucoma e a retinopatia diabética as principais causas. A combinação de uma população crescente e envelhecida aumentará significativamente o número total de pessoas com problemas oculares e deficiência visual, uma vez que a prevalência aumenta com a idade.
No Brasil, de acordo com dados do IBGE de 2019, a população idosa deve dobrar até o ano de 2042. Esse aumento rápido da expectativa de vida da população brasileira traz junto o desafio do crescimento da prevalência de problemas visuais. As três principais causas de cegueira no mundo e no Brasil são as doenças que acometem principalmente os idosos: catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade.
Por
Dra. Adriana Guimarães
Oftalmologista
Médica oftalmologista, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, com pós graduação e mestrado em oftalmologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.